Description
A leitura de uma obra provoca sensações diferentes para cada pessoa que se dedica a visitar suas páginas. Tive a oportunidade de ler À sombra da Serra Dourada no ano de 2021, a versão original datilografada à máquina pelo seu autor. Tratava-se das páginas às quais Dr. Lauro Taveira, meu avô paterno, havia se dedicado por alguns anos, tendo concluído sua obra em 1976, um ano antes de seu falecimento, ou de seu encantamento. “As pessoas não morrem, ficam encantadas… A gente morre é para provar que viveu” (João Guimarães Rosa).
A produção de uma obra literária é uma prova irrefutável de que se viveu, é um respiro a mais, uma
nova chance que se perpetua no tempo, desafia Chronos, o deus poderoso do tempo, que desta vez não devorará seus filhos e, sim, os fará maiores, necessários, absolutos em si mesmos. É o sendeiro que se abre em ampla avenida, a noite escura dissipada pelos primeiros raios do alvorecer, é o despertar profundo da consciência, a possibilidade de entender sua própria história, o sagrado poder do início, que abre tantas possibilidades e aprendizados.
O que conhecia de meu avô Lauro era proveniente de relatos de familiares e amigos, sempre com destaque para sua inteligência e bom humor. Dr. Lauro Taveira foi um médico devotado e perspicaz, fluente em vários idiomas, apreciador de música e obras literárias, sempre ávido pelo saber de seu tempo. Cumpridor de seus deveres profissionais atendia a todos que podia, fazendo da medicina sagrado sacerdócio e compromisso de vida.
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