Descrição
No momento em que essa obra passa a circular no meio acadêmico, um fenômeno grave ocorre no Brasil: a tenra estabilidade democrática vê-se ameaçada, as desigualdades educacionais se aprofundam e o direito à educação do campo é agravado pelo fechamento de centenas de escolas em todo país.
A obra, em sua profundidade, reanima a luta pelo reconhecimento dos direitos educativos e dos saberes dos sujeitos da educação do campo em toda sua complexidade, sinalizando para a necessidade de políticas públicas de democratização das oportunidades educacionais; pela afirmação da especificidade pedagógica da modalidade e a demanda de formação inicial e continuada dos educadores que nela atuam; pelo requisito de uma prática educativa constantemente renovada, fundada no diálogo intercultural, no respeito e promoção da autonomia de educandos e educadores.
Nesta perspectiva, o livro cumpre também o papel de denúncia. Encontramos em todos os capítulos dezenas de razões para (re)conhecer os entraves existentes na área e nos lançarmos ainda mais vigilantes e em defesa do direito à educação e à escola do campo, sobretudo em um contexto onde a retirada de direitos, a precarização do trabalho e da vida não pode nos retirar a esperança de esperançar, como dito por Paulo Freire.
A trajetória recente dos estudos acadêmicos sobre a educação do campo decorre tanto da expansão da pós-graduação em educação quanto da crescente institucionalização da modalidade e os desafios que seu
desenvolvimento oferece às políticas públicas, às práticas pedagógicas, à formação de educadores e ao pensamento educacional.
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