Descrição
Embora a rima não seja obrigatória no texto poético, para mim, é como se ela fosse um sinônimo da própria poesia, por causa de seu encanto, sonoridade e maneira como é capaz de conectar, na mente dos leitores e ouvintes, os versos e estrofes do poema.
Contudo, somente boas rimas não constroem um bom texto do gênero. É preciso também conteúdo e, acima de tudo, coerência nos temas reunidos em um mesmo livro de poesias.
O livro que você tem em mãos, caro leitor, contém todas essas brilhantes características e muito mais. O autor conseguiu nos entregar textos belíssimos e cativantes, com versos bem estruturados e indeléveis.
Cada parte desta obra aborda um tema forte e único em crescente sucessão. Somos levados do amor ultrarromântico ao existencialismo, atravessando a melancolia e o amor à própria poesia. Nas três partes finais do livro, desfrutamos de poemas espiritualistas e fantásticos para enfim chegarmos à alegria. Tudo bem concatenado.
Há maturidade e grandeza vocabular, riqueza nas rimas e simplicidade ao transmitir suas mensagens, ao mesmo tempo em que encontramos intertextualidades, metáforas e citações brilhantes. Me diverti e me emocionei, simultaneamente, ao encontrar Gregor Somsa em ”Humanidade Elétrica”.
É surpreendente ler poesias tão tocantes e profundas e saber que foram escritas por um autor ainda tão jovem. Digo isso porque há técnica, intencional ou não, em cada página do livro. E isso é algo que só adquirimos com o tempo e muita leitura.
Nunca estive tão empolgado com os rumos da literatura nacional como ao ler este livro e encontrar nele a promessa que há tanto tempo temos esperado a se cumprir: a transformação da escrita nacional através de jovens escritore.