Descrição
Por que o título Pirenópolis: Paisagens Sonoras? Quem é de Goiás entende que o som perfaz tudo que rodeia esta cidade. Os olhares mais atentos reconhecem nela também sua diversidade, e consequentemente, suas paisagens sonoras. Tantos espaços que oferecem e definem para a sociedade
pirenopolina seus lugares cativos na memória dos frequentes momentos da vida social e cultural dessa cidade, desde o século XVIII.
Sempre existiu uma curiosidade especial da musicologia luso-brasileira pela diversidade que este livro nos oferece. As paisagens sonoras são “acolhidas” pelo olhar de sua gente, de sua terra, nada mais primoroso e singular neste aspecto.
O pensamento organizado dos autores pirenopolinos, se apresentando durante os dez anos do Simpósio Internacional de Musicologia (várias edições sendo realizadas em Pirenópolis), fez com que surgissem oportunidades reais para a concepção destes estudos. Os séculos passados ainda têm muito a ser contado sobre as músicas, histórias e todas as formas de representações artísticas pertencentes à cidade, e este livro nos oferece a força latente que reluz nessa comunidade. Aline Lôbo, Caroline Lôbo e João Guilherme Curado, além dos outros autores, exemplificam de forma clara como é a essência de quem é, e de quem se percebe como pirenopolino.
Da documentação que temos notícias, os pirenopolinos, mesmo sem saírem da cidade, faziam suas investigações com o que a cidade lhes oferecia, como por exemplo, Antônio da Costa Nascimento, pintor, marceneiro, músico, compositor, que anotava e desenhava em seus cadernos tudo o que via.
São identificações sonoras vigorosas, que trazem e levam sentido aos que Aline Santana Lôbo | Tereza Caroline Lôbo | João Guilherme da Trindade Curado enaltecem essa arte do tempo. É a herança do conhecimento e da dimensão da dinâmica cultural nessa sociedade que os artigos deste livro nos trazem,
dignificando e transportando sentido aos seus pensamentos. Os autores abarcam no desafio de colocar esta obra como um doce sabor de diálogos que se entrelaçam nas perspectivas e vivências do que é memorável: a arte real que permanece em Pirenópolis. Os significados culturais vão dando sentido às diversas possibilidades através de seus olhares, trazendo para nós todo um contexto inédito: os espaços de festas, de tradições, a vida social de Pirenópolis, suas manifestações, as paisagens festivas, os olhares memoráveis das tradições, tudo permanecendo na essência do que é divino, do que é santificado e glorificado.
Fazendo um paralelo com o que disse Padre António Vieira em seu Sermão da Sexagésima (1655, S, I, p.7): “que coisa é a conversão de uma alma senão entrar em um homem dentro em si, e ver-se a si mesmo? Para esta vista são necessários olhos, é necessária luz, e é necessário espelho.” É desta forma que os autores se encontram, se inspiram, percebem suas raízes e constroem o diálogo poético do real, trazendo à tona o extraordinário afeto entre a comunidade e suas memórias. É a união da ciência consciente com os saberes. É o clamor de todas as possibilidades culturais sendo tomadas como únicas, existentes perenes da jornada que é conhecida a quem vive e revive em Pirenópolis.
Andréa Luísa Teixeira
Disponível na versão impressa diretamente com os organizadores da obra ou pelo e-mail: joaojgguilherme@gmail.com
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