Descrição
No decurso de anos, o ensino de ciências da natureza desconsiderou pensar a ciência enquanto uma forma de ver e entender o mundo e, dessa forma, uma produção humana, atrelada, portanto aos elementos socioculturais e políticos. A ciência moderna se constituiu enquanto o espelho da realidade, a verdade sobre a natureza a fim de que pudesse ser legitimada, valorizada e se diferenciar de outras possibilidades de enxergar o mundo. Por ter sido lida como a verdade, e não enquanto uma delas, afirmou-se como aquilo que poderia ser (com)provado, (re) produzido e, portanto (in)questionável.
Essa compreensão da ciência como universalista, intencionada em construir metanarrativas, linear, dualista e voltada para o controle e a dominação da natureza também produziu uma rejeição ao que era particular, contextual e que escapava ao construído como normal ou esperado nas pesquisas. Aquilo nomeado de exceção era descartado, enquanto a chamada regra se mantinha e era reiterada. Houve inúmeras tentativas de negar e também de expulsar as subjetividades da produção do conhecimento científico, já que esta era lida como uma forma de contaminar e, portanto, (in)validar a ciência.
Dessa forma, o ensino de ciências naturais foi se definindo como aquele que se preocupava com os fenômenos naturais e, falar desses fenômenos significava buscar uma possível natureza das coisas, algo inerente a elas e que deveria ser conhecido pela ciência. Havia também uma procura pela exaustiva objetividade e neutralidade, como se esses objetos existissem previamente e, que, nós somente fôssemos descobrir o que já estava lá nos esperando. Nosso trabalho era de observar e descrever com exatidão, analisando as ditas variáveis, produzindo resultados entendidos como precisos e, posteriormente, prevendo o que poderia acontecer.
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